sexta-feira, abril 29

inconscientemente

Se estivesse só o momento seria diferente. Olhos parados. Boca semiaberta. Mais barulhos na sala.

Imaginou-se só. A luz do quarto piscava enquanto o grito era de morte. Estranhezas. Há alguns tempos atribuiria o fato ao Deus ou ao diabo, dependia de como estivesse espiritualmente. Virara bem materialista sem saber quando. Sem razões para o ser. Sem medos como antes. A vida era fácil e sem prazeres, já que não poderiam haver transgressões.

E desviou o olhar. Olhava-me tanto. Veio a idéia. Estaria louca? Não. Eram aqueles livros que incentivavam. Muita ficção verdadeira. Impulsionavam também faziam-na sentir-se bem. Bem inerte, vale salientar. Passiva em relação à vida. Sentido-se bem demais.

Talvez fosse essa a resposta que procurara naquele divã. Ou não, pode ser que sua vida seja mais complicada. Três sessões não resolvem. Muda. Quem? A palavra era muda. Ou ela mudara novamente.

Que ser inconstante que não sabe descrever-se. Não se apresentou. Ouvia os barulhos e concordava. Mas sabia que a vida era mais importante. Porque era agora. Sempre soube que antes nada existia. Para quê não ser então? Como? E seus cabelos caíam.

Procurara minha ajuda para enteder o porque. Para racionalizá-lo. Dar uma explicação melhor que aquela que já conhecia. E, apesar de não querer, ela me procurava. Todas as manhãs. E pensava. Disse-lhe o necessário. Questionei o resto. Que ela faça o caminho por si prórpia agora. Resolva as lições de casa como uma criança que ainda precisa de disciplina. Não quero mais ser mãe, nem ensinar como viver. Às pessoas a morte, de repente e quase sem querer.

1 Comments:

At 10:24 PM, Anonymous Anônimo said...

Perdi as contas das vezes q li esses 2 ultimos posts.
To sozinha em casa e depois de muito andar pra lah e pra cah, pensando, sem conseguir organizar bem as ideias, sentei aqui pra escrever isso. Muito hesitante, pra variar.
Tava mexendo nas minhas coisas, procurando algo q ainda nao sei direito oq era e achei uma frase q eu havia encontrado numa revista de consultorio medico, de Shakespeare... "Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderiamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."
E, apesar de meio brega, ela me fez pensar muito, sabe? E o resultado foi um vazio enorme pq nao sao dádivas traidoras que me amedrontam. triste ne? nem isso.
Soh uma coisa... eu nao te quero como mae, nem que me ensine como viver. O fato eh que me ajudasse mto. O efeito das tuas palavras em mim eh gradual. Ressoam dependendo do momento, em doses alternadas. Às vezes, numa intensidade que eu me perco e levo um certo tempo pra voltar. Em outras, de forma mais comedida, mais coerente. Mas eu juro que acharia melhor que elas sempre surgissem de maneira intensa ao ponto de me confundir e angustiar. A angustia que é algo tao presente em mim é mais agradavel, pq quando vem organizadamente, tenho consciencia d tudo e me pergunto oq eu to fazendo da minha vida, sabe?
To morrendo de vontade de apagar isso tudo, mas vou deixar. Queria pedir tbm pra q tu nao desistisse d mim, mas meu orgulho nao deixa. Entao, deixa assim. E deixo tbm meus atos falhos q eu nao sei quais foram. Pfff! Deixa pra lah.

 

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