terça-feira, junho 29

Considerações sobre vida e blog

Eu me impressionei ao perceber o quanto mudei. Não apenas transformei meu modo de escrever (afinal eu começei o blogg no segundo ano científico e ainda permaneço escrevendo durante a faculdade), mas também mudei o modo como me expresso.

Deixei aqui um legado, um diário de pensamentos, ora revoltados, ora conformados, mas sempre pensamentos vivos, vinculados ao meu mundo subjetivo e particular, o qual adapta a realidade à sua maneira. E imaginava se tal registro serviria ou servirá para alguma coisa. O problema é que eu sinto uma necessidade constante de estar sabendo de tudo. Muitas vezes até deixo de fazer várias coisas por pensar nas opções, nas conseqüências, fico pensando "e se..." e, o pior, preciso de um motivo para a maioria dos meus afazeres. Mesmo que eles conistam em assistir à televisão ou lavar o carro num dia de chuva.

Escrever me fez crescer. Às vezes eu olho esse crescimento como um passo para trás e, em outras vezes, eu me sinto gratificada por ser o que sou hoje. Mas quem sabe?! É bom poder olhar para trás e por relembrar quem fui através desses textos. Ler os próprios escritos é como viver tudo novamente, sentir as mesmas angústias, as mesmas saudades, as mesmas aflições, é ter medo. E eu não sou muito íntima desse sentimento. Mas confesso que tenho medo de mim, medo daquilo no que me transformarei, porque fico imaginando se eu me queria assim. E me pergunta até que ponto essa mudança foi criada por mim ou imposta à minha pessoa.

Isso talvez nunca se entenda, nunca se deescubra tal questão, mas isso não significa que ela não precisa ser investigada!!

quarta-feira, junho 23

Costumes

Acostumo-me cedendo. Que limites têm os valores e princípios eu não sei. E quanto mais uso a cabeça, mais ela se recusa a funcionar, como um burro velho quando empaca: resiste a sair até mesmo da areia movediça!

Sinto toda uma vida sendo desperdiçada. Um talento anônimo jogado no lixo do 603.Talvez tudo fale a respeito de supervalorizações e especulações, no entanto eu reproduzo uma voz que parece empurrar meu ego para um esgoto – e não para um céu maravilhoso anunciado pelas frases.

Convivo apenas com meus segredos. Eles tornam o exterior agradável, mas o fazem um estranho a mim. Quem será que sou: este reflexo no espelho ou um outro aleijado de olhos para enxergar-se a si mesmo? Só me acostumei com uma parte de mim.

sexta-feira, junho 18

briga, onde??"

A verdade é que sabemos muito pouco sobre o que se passa com a nossa própria pessoa. Há um determinismo segundo o qual o homem é um subproduto do meio, no entanto também é possível uma visão menos previsível a respeito das atitudes que tomamos.

Sentimentos,por exemplo, não são coisas nem deveriam ter nomes. Eles foram nomeados a partir do seu isolamento teórico, porém, no campo emocional prático, as misturas compõem a realidade interior a qual é determinada pelas situações vividas no passado, no presente ou, até mesmo, pela suposição de futuras experiências.

Como controlar aquilo nos rege e transforma-nos de vinho para lama? Como diria Freud, o id e o superego confrontam-se numa batalha na qual o único a sofrer as conseqüências é a minha pessoa. (Mas fico a imaginar até onde se pode estar consciente da mencionada luta e sofrrimento?)(Em outras palavras volta-se ao questionamento inicial: o quanto conhecemos de nós?)

o Significado dos desenhos em minha folha


"quantos pensamentos um desenho
expressa? As palavras sem
nome agradeecem o momento
suspirável"

"um suspiro, um olhar diferente
um desvio de atenção,
provavelmente uma contradição,
o contraponto sentido, porém não
expresso por convicção nacional"

"uma Ênfase, aprofundamento, na
maioria das vezes uma interro-
gação. um não ditado, um pensamento
que não deseja ser seguido; um SEGREDO
bem escondido, revelado, esquecido;
um protesto contra a ditadura das
palavras, contra o objetivismo
das letras e significados. formas, pra quê
te quero? Eu sou a vida, o pulso,
um suor, uma súplica, pedido de
ajuda, um eu dentro de mim que
não gosta de conviver comigo."

"sou um simples desenho no meio de
uma folha pensante,estou cheio de significa-
dos..."

Guaraná
0h46
18/06

quarta-feira, junho 16

Andei à Procura de Mim



Surrealismo Falsificado à Moda da Casa

Eu gosto de escrever,
Eu gosto de me Ter
E de ser assim – sem ti

Aliás o que me faz gostar dessa vida não é
A realidade poetizando
O pensamento mais profundo que guardo sobre o retrato da intensidade

Queria esquecer o mais falho
Apagar o pensamento mais inviável
Me descrever determinantemente
Ser positiva em relação a vida
Desquerer esse querer torpe velho e manchado
Chego a ser feio
...

Não aos neologismos dentro de mim
o que me custa não desaparece simplesmente
por estar fadado a Ser um fim
Tenho um eu morrendo no fundo da minha gente
gente só minha - eu no caso!



Hoje eu lembrei de mim como eu já fui. E quis, por um longo momento, acreditar que poderia voltar atrás e viver de novo. Mas nada volta ao mesmo lugar, mesmo que volte no tempo. Assim, não pude voltar a ser o que era e escrever o que pretendia num primeiro pensar. Procurei, então, até me achar nos versos acima.

sábado, junho 12

Duplicanto Experiências

Tô plagiando a Pequena hoje!

**

Eu gosto de fazer as coisas mais de uma vez para poder gravar cada detalhe. Porque é fácil registrar as imagens, memorizar os lugares e lembrar dos nomes, mas é difícil fotografar os sentimentos. E eu queria guardá-los numa caixinha dentro de mim para, quando ficasse triste ou lembrasse de algo bom, os reviver.

**

Sabe, existe memória fotográfica, memória olfativa. Estuda-se gastronomia e enologia. Quando pequenos, ou até mesmo velhos, as pessoas brincam de adivinhar os objetos apenas pelo toque. Enfim, será que ninguém vai se interessar por explorar os “sextos sentidos”? Sempre soube que ele existe. E quer exemplos? Você está cansado. Digamos que passou a noite fora, saiu dançou, conversou, etc. A primeira coisa que você quer é um banho ( e nada como um banho bem quente depois daquele show debaixo de chuva ) e uma cama ( ah... a cama ). Porra, você não lembra da cama, do chuveiro ou do banheiro. O legal é o sentimento que a gente guarda dessas coisas.

Sei que o que tal pessoal disse a você um dia aí fez você sentir-se de tal forma. Aí passam-se anos e você continua com raiva daquela dita cuja mal amada que nem lembra direito o nome. Isso é memória também. Hoje em dia toda vez que, quando eu freio, o carro fica muito junto do da frente; eu tenho a sensação da batida que causei há algum tempo. Não que eu queira repeti-la para me lembrar dos detalhes, mas eu fico me lembrando da cena e, na minha cabeça, cada segundo tanto pode durar tanto três horas, como pode passar como se fosse centésimos de milésimos. Isso porque eu não lembro do fato em si, pois ele é externo; mas lembro do sentimento causado pelo fato, lembro das conseqüências interiores. Acho que sentimentos, por serem resultados das situações que vivenciamos, são “criados” para existirem para sempre, são conseqüências eternas das escolhas que fazemos.

**

David Berlo diz que a comunicação é algo interior. Ao criticar o modelo vertical da comunicação ele explica sua “teoria do balde”, que pressupõe que os significados estão nas palavras e que a comunicação consiste na transmissão de idéias de um indivíduo para o outro. Tal teoria exemplificaria o fato na idéia de que a comunicação ocorre quando informações colocas num balde por uma pessoa são despejadas na cabeça vazia de outras. Berlo afirma que os significados não estão nos símbolos, mas encontram-se nas pessoas: o que há são os significados que as pessoas têm.

Assim também são os fatos: eles só existem à medida que somos capazes de interpretá-los, de senti-los. O fato não dura mais que seu momento único de duração, a não ser que alguém o eternize dentro de si. Por isso queria eternizar minha vida do jeito que ela é e não essa versão distorcida que lembro d mundo e de mim. Viver duas cada coisa para que todas elas não tenham fim.

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Será que isso pode virar teoria também? Sabe eu pensei nisso de duplicar minhas experiências depois de assistir ao filme sobre Cazuza. Assistam!

e quando todas as fantasias se frustram?

Uma música triste de fundo consagra a decadência de uma era. Quem engravidará do futuro? Os minutos já passam apressados como efeito de entorpecentes – eles seguram-me de pé. A bagunça também já é normal: no quarto, lá fora e aqui. Ela se instala com uma enorme naturalidade, se apoderando dos cômodos. Confesso que é difícil andar sem pisar em mim. Humanamente é impossível seguir trazendo consigo essa mala de lembranças – feliz é aquele que não tem passado, diria o Beato Romano.

Em conseqüência desse ontem, meu mundo ruma para o segundo conflito generalizado, mal tendo se recuperado do primeiro. Onde estarão as indenizações merecidas? (ah... se ao menos o mundo não precisasse delas!) Onde estará também a paz pela qual tanto derramei este sangue? (mandam-me esperar na sala ao lado).

Duas opções restam: livrar-me de mim, projetando outros eus numa realidade fictícia; ou carregar o peso do passado, numa tentativa de desvincular-se da idéia de futuro que, no momento, encontra-se indissociável da visão do presente. Porém, diante da encruzilhada vital, tenho em todas as cartas um ponto único de encontro: a necessidade de libertação, independência. Pergunto-me como cortar os cordões umbilicais.

Insisto no nada. Caio, porque o efeitos vão embora certo momento deixando-me à sós com minha loucura, com minha outra faceta, com meu rosto desconhecido. Sem saber o que dizer, como ou o que falar vou conhecendo essa criatura inconsciente da verdade. Mas a vida agora é uma ordem – a vida apenas, sem mistificação.

recomeçar

Creio que não exista nada tão ruim quanto recomeçar. Voltar atrás, começar tudo de novo, dar o braço a torcer.

O pior nesse processo é admitir, enxergar finalmente que o que você acreditava não estava certo. A decepção, a dor e, em meio a tudo isso, a tentativa quase falha de colocar a cabeça no lugar e escolher um novo caminho para seguir.

Somos o reflexo daquilo que acreditamos ou, ao menos, tentamos viver assim. Olha-se as fotografias. São antigas e talvez nem se pareçam com a realidade atual. Continuam sendo nós: nossos lugares favoritos, nossos amores, nossos amigos. Tudo o que, um dia, fez parte daquilo que chamávamos essencial para a sobrevivência.

Aquelas fotografias são parte dessa vida. Em nossa biografia seriam parte integrante de um capítulo - bom ou ruim, o que importa? A verdade é que aquela era nossa vida. Estávamos felizes, não por acreditar numa mentira, mas por estar vivendo um momento mágico, fantasiado, feliz (um momento Kodak).

Temos histórias para contar e um sorriso no rosto vale tudo, porque, talvez, no próximo piscar de olhos não estejamos mais aqui.

Recomeçar...

sexta-feira, junho 11

Estupida Canção Sem Destinatário

Estúpida Canção Sem Destinatário
01.12.2002


Um dia, um sorriso
Grande sol, luz sem brilho
Onde está você?

Não volta, não vem
Páginas abertas, sou eu sem
Onde está você?

Eu já perdi a conta
De quantas vezes abri a geladeira
Eu já perdi a conta
De quantas vezes olhei as estrelas
Eu já perdi a conta
De quantas vezes me peguei pensando em você

Essa noite que vivo
Chora e ecoa esse grito
Onde está você?

Procuro um sentido
Bagunço os achados e perdidos
Onde está você?

Eu já perdi a conta
De quantas vezes abri a geladeira
Eu já perdi a conta
De quantas vezes olhei as estrelas
Eu já perdi a conta
De quantas vezes me peguei pensando em você

As cordas pregam,
gostam de virar a mesa

Meus dias andam
meio que sem coleiras

Eu já perdi a conta
Quantas vezes já pensei em vocÊ?

quinta-feira, junho 10

DA IMPORTÂNCIA DAS COISAS

parar?

eu sempre tento dividir aquilo que penso em duas partes e tirar alguma conclusão. mas nem sei essas três coisas. faço planos dentro do tempo estipulado para, depois, me preocupar com futuro e concretizações.

1-expandir;
2-reencontrar e
3-esquecer.


mas por que concluir assim?

eu fico indagando quantas coisas são válidas de fato. eu vou morrer. todo mundo tb. então por que as pessoas, quando descobrem uma doença ruim, ficam inventando listinhas? fiquei imaginando quais seriam as três coisas mais importantes que eu faria (ou deveria fazer na vida) a longo prazo e que conseqüências elas trariam. mas ainda estou pensando.

nada é tão importanto e urgente quanto parece, a não ser as pessoas!

sábado, junho 5

quer dizer, em sol sustenido maior tá bom!

por não ter borracha
por não poder apagar-te
por saber ser falha
eu e essas meias verdades
não me quero mais

a mim custa procurar
um modo novo
te deletar sem rasurar
essa minha vida

naquele fusca rodando
na praia do porto
eu estanquei
desperdicei uma folha limpa

quinta-feira, junho 3

Então Acaba-se o Primeiro Período

Entrar na faculdade foi, pra mim, como estar em terra firma e embarcar em algo desconhecido rumo a um destino provavelmente indesejado. Mas talvez eu tenha esquecido de pensar no "durante" dessa viagem. Faculdade continua a ser uma incógnita, assim como o futuro; porém o "meio" que está sendo vivido me parece ser muito bom!

Certa vez estava assistindo televisão e não tinha nada bom passando. Quando mudei para o telecine estava sendo exibido um filme com Sandra Bullock, Quando o Amor Acontece, e eu pensei em trocar, afinal já tava acabando, mas acho que aquela última meia hora em frente à TV foi marcante pra mim. A mulher dizia que, ao contrário do que muita gente espalha por aí, a infância não é a época mágica da sua vida. Ser criança é bom, mas é muitas vezes traumático. Os apelidos, as brigas, a auto afirmação, etc. A juventude, no entanto, apesar de todas as besteiras, e de todos os erros que nela são cometidos, é a fase que vai ficar marcada para sempre.

Os inícios geralmente não são tão bons, porque eles nos põem medo. Qualquer falha cometida durante esse período pode comprometer seja lá o que for que a pessoa estiver fazendo. E, não como nos filmes, os finais geralmente são tristes. O "meio" é o que realmente importa. A travessia.